Saturday, May 6, 2017

Tempo

O tempo passa, o tempo ajuda, mas o tempo também é cruel. A dor da perda muda, fica mais esporádica, mas o tempo também nos faz esquecer os momentos e as lembranças, pouco a pouco. Eu devia ter te filmado mais, tirado mais fotos, devia ter guardado o teu cheirinho de gatinho... Video do Nonô - 2012

Thursday, April 13, 2017

Wednesday, April 5, 2017

O gato mais lindo do mundo

Hoje é um daqueles dias... tem dia que a imagem vem, dói, vai... hoje ela veio, elas vieram, e ficam, machucam, apertam o coração e eu tenho que te rever, rever os álbuns, lembrar do teu cheirinho, do teu miado... e enquanto as lágrimas rolam porque eu acho que esqueci teu miado, eu tento não me aprofundar muito na tristeza. Mas é duro, a primavera me lembra você, o verão vai me lembrar você e depois as folhas do outono vão ter a imagem de você pulando e se escondendo nelas... e o inverno vai me lembrar que você partiu... cada estação, cada lugar desta casa, cada animalzinho que eu vir, tudo vai me fazer lembrar de você, meu gatinho querido.

Thursday, March 23, 2017

O gatinho na janela...



E você aparece na minha frente, de surpresa, numa memória do Facebook... março de 2014, eu filmando porque nevava em fim de março... e você, como sempre, ao meu lado. Amigo de todas as horas! 



Wednesday, March 22, 2017

Sonho e realidade

Hoje sonhei com você, meu filhote peludo. Não lembro mais o que era, tinha árvores, jardim, verão e você... Estávamos felizes. Acordei jururu, pensando em você, que não vai estar aqui comigo quando os dias ficarem quentes e gostosos. 

Uma amiga me mandou um texto sobre os animais que voltariam ao mundo sob a forma de outros animais. Sobre como tem gente que acredita que os animais ficam até 4 anos ao redor dos que deixaram para trás, dominados como eu pela tristeza. 

Não sei se é verdade, mas o que sei é que você está comigo todos os dias. Você não foi "só" um gato, "só" um animal. Você foi o meu Nonô, melhor que muito ser humano, mais amigo que muitos que cruzaram o meu caminho, e tão amado como aqueles que amo.

Se você quiser, pode ficar bem mais que 4 anos perto de mim, porque dentro de mim você estará para sempre!


Sunday, March 19, 2017

Carinhos sem fim

Quando um gatinho quer carinho, temos que parar o que estamos fazendo para atendê-lo, porque eles não duram para sempre... 






Thursday, March 16, 2017

Dickens



A vida é tão menos interessante sem o teu vai-e-vem na minha frente, buscando minha atenção...

Wednesday, March 15, 2017

A onda

Hoje eu acordei melhor. Pensei como era incrível o ser humano poder se sentir feliz de novo tão depressa... mas esse milagre não aconteceu. É que a tristeza vem em ondas, e as lágrimas voltam a cair de repente, como agora. Não vi ou lembrei de nada que pudesse ter desencadeado essa onda. Veio do nada, de dentro, do meu âmago. Tem horas que nada pode me consolar.

Onde quer que você esteja, se você estiver ainda em algum lugar, eu te faço um carinho na cabeça, como você gostava, o carinho que você mesmo inventou. E eu te amo muito, meu gatinho.

Tuesday, March 14, 2017

Inspetor Nonô

Quem tem gato, sabe: qualquer pequena mudança na casa ou no jardim tem que ser inspecionada! Sempre me admiro com o grau de percepção deles, muitas vezes o Nonô entrava na cozinha e imediatamente notava que havia algo fora do lugar e isso em segundos! Ia diretamente verificar o que era e se entrava nas normas da casa! 

Nesta foto, inspeção da madeira que mais tarde viraria uma bela mesa, que, é claro, ele estreou com pompa e circunstância! 




Le Chat et Baudelaire

Le Chat

Viens, mon beau chat, sur mon coeur amoureux;
Retiens les griffes de ta patte,
Et laisse-moi plonger dans tes beaux yeux,
Mêlés de métal et d'agate.
Lorsque mes doigts caressent à loisir
Ta tête et ton dos élastique,
Et que ma main s'enivre du plaisir
De palper ton corps électrique,
Je vois ma femme en esprit. Son regard,
Comme le tien, aimable bête
Profond et froid, coupe et fend comme un dard,
Et, des pieds jusques à la tête,
Un air subtil, un dangereux parfum
Nagent autour de son corps brun.

— Charles Baudelaire



Petit chat tactile, qui aimait nous toucher 💕

O rapidinho


Sempre ache o melhor lugar da casa e se instale. 
Depois finja que não é com você, se alguém reclamar.



O título Rapidinho é porque se eu deixasse a porta aberta por três segundos, ele já entrava e se deitava. E a regra era, conseguiu entrar e se instalar, não pode ser retirado...

O primeiro encontro

Foi na primavera de 2008, em abril, ou maio, talvez,
Que num quadro perfeito, você, sob a roseira em flor,
Me apareceu pela primeira vez...


Você chegou num dia de primavera. A roseira carregada formava o quadro no qual você ficará gravado para sempre na história da minha vida. Puro e sorridente, você chegou leve como uma pluma, atravessou a rua do vilarejo e se aventurou no meu jardim. Foi a melhor coisa que você fez, porque o que te esperava era uma vida de amor. Começamos a nos estudar com cuidado, nao por medo, mas por delicadeza. Você transpirava ternura, gatinho adolescente fazendo charme, como você fez a vida toda, sempre que queria alguma coisa.

Estou no mundo há 56 anos, mas os 9 anos de amor que vivemos foram os mais doces. Se existe um consolo para o fim doloroso que a tua curta vida teve, é que todos os teus nove anos foram repletos de amor, de mimos e de carinhos. Você era o "rei do pedaço", nosso centro de mesa, aquele que, uma vez instalado, ninguém removia de lugar nenhum, por mais inadequado fosse.

Eu nunca soube o quanto te amava até o dia em que te perdi. A única lição que tirei disso tudo é que temos que amar, amar muito até sufocar, amar incondicionalmente e desesperadamente, porque ainda que não salve a vida de ninguém, ainda que não vença a morte, de forma alguma, o amor perdura.

Só me restou o amor que sentíamos um pelo outro, presente em cada lembrança que você deixou.


Friday, March 10, 2017

O gatinho natural


Ele já estava excitado com a chegada da primavera. Passou o inverno quase sem sair de casa e ultimamente já passava mais tempo explorando o exterior. Meu pobre chuchu...

Eu só queria você...

I only wanted you


They say memories are golden


well maybe that is true.

I never wanted memories,

I only wanted you.

A million times I needed you,


a million times I cried.

If love alone could have saved you

you never would have died.

In life I loved you dearly,


In death I love you still.

In my heart you hold a place

no one could ever fill.

If tears could build a stairway


and heartache make a lane,

I’d walk the path to heaven

and bring you back again.

Our family chain is broken,


and nothing seems the same.

But as God calls us one by one,

the chain will link again.


🌺   Amor  🌺

Nonô e suas bolinhas

Como enfrentar a dor do vazio. Eu ando pelo jardim, a Nini me seguindo, e tudo o que vejo é a presença tão dolorosamente ausente dele. O topo da churrasqueira de cimento, de onde ele observava tudo, o telhado de onde ele miou muito um dia porque não conseguia descer (o Olivier teve que ir buscá-lo), o cantinho sob o pinheirinho que ele usava como banheiro e fazia uma bagunça jogando folhas para cima da grama. O Olivier reclamava e eu dizia, não briga com ele, senão ele vai ficar obstipado... 😔

Meu gatinho Nonô, que adorava subir nas árvores e esperava que o Olivier viesse provocá-lo para que ele revidasse com a patinha. Nonô não usava as garras, ele não arranhava (às vezes acontecia, por  acidente) e não mordia, mas mordiscava, delicadamente. Ele sabia brincar. Era o melhor jogador de voleibol do pedaço... 😄  Nem sei como começou, mas ele tinha suas bolinhas preferidas e era excelente no jogo. Assim que via a bolinha, se colocava numa posição ideal, seja em cima de uma cadeira, de uma mesa, do seu banco no alto das escadas, e esperava que jogássemos a bolinha. Ele adorava jogar com as bolinhas. Levamos para que ele a visse nos seus últimos momentos nesse mundo... meu pobre gatinho. No seu sofrimento nada podia aliviá-lo. Talvez seja por isso que sofro ainda mais, porque ele não se foi na paz, a paz só chegou com o último medicamento que o anestesiou. 😢

O que nos consola é que o Nonô foi um gatinho muito, muito feliz!
Mon beau chat, mon fiston...





Thursday, March 9, 2017

O mais lindo e o mais docinho

As várias faces do Nonô... gatinho tranquilo, folgado, brincalhão...





O gato e o sol


Meu doce gatinho, onde quer que você esteja, lembre-se que você foi um gatinho muito amado

The last battle

THE LAST BATTLE 


If it should be that I grow frail and weak
And pain should keep me from my sleep,
Then will you do what must be done,
For this -- the last battle -- can't be won.

You will be sad I understand,
But don't let grief then stay your hand,
For on this day, more than the rest,
Your love and friendship must stand the test.

We have had so many happy years,
You wouldn't want me to suffer so.
When the time comes, please, let me go.
Take me to where to my needs they'll tend.

Only, stay with me till the end
And hold me firm and speak to me
Until my eyes no longer see.

I know in time you will agree
It is a kindness you do to me.
Although my tail its last has waved,
From pain and suffering I have been saved.

Don't grieve that it must be you
Who has to decide this thing to do;
We've been so close -- we two -- these years,
Don't let your heart hold any tears.

        ~Unknown

Se fosse possível...


O mais lindo gato do mundo














Saudade e Amor

Dor. Lágrimas. Revolta. Tristeza.
Nada disso devia ser associado ao Nonô, mas é o que me assola hoje. Espero que tudo isso possa se resumir um dia em duas palavras: saudade e amor.

Ele era um ser doce e leve. Nonô que corria atrás dos insetos no jardim, principalmente borboletas. Não acertava uma, acho que não era sua intenção mesmo. No fim do verão seu alvo predileto eram as libélulas. Grandes e desajeitadas, elas eram presas fáceis, mas mesmo assim ele raramente pegava uma e quando pegava, deixava de lado depois de alguns segundos.

Eu estou convencida que Nonô só queria fazer amigos, mas tendo vindo a este mundo num corpo de caçador, ele tinha dificuldades em conciliar as duas tendências... brincar ou caçar...

Um dia achei um peixinho na horta, que fica do outro lado do jardim, bem longe do laguinho. Como ele adorava ficar olhando os peixes, eu acho que um dia pegou um e o levou pra brincar com ele na horta. Foi um acidente, tenho certeza!






Céu

Ontem, 8 de março de 2017, Nonô partiu deste mundo... mas ficou eternamente no meu coração. Eu nunca tinha tido um gatinho. No início fiquei com medo de ter crises de asma, de não saber como lidar com um gato, de ser arranhada... mas com o Nonô tudo era fácil. Ele era um gato docinho. Me apaixonei por ele, e acho que ele por mim. Estávamos sempre juntos, ainda mais quando ele ficou mais velho. Ele tinha 9 anos mas brincava como um filhotinho... esta última semana então, ficamos espantados com ele. Como a sala estava cheia de caixas de papelão por causa de umas encomendas que um amigo fez, ele não parava de circular em torno delas, se escondendo sob as abas laterais, brincando com um pedacinho de papel que ele achou não sei onde. Tão palhacinho, como sempre.

Até domingo ele estava bem. De manhã ao acordar, encontramos Nonô paralisado na lavanderia. Toda a parte traseira dele fria e imóvel, ele tinha evacuado, urinado e vomitado e estava ali, totalmente impotente, o olhar tranquilo, mas perdido. Liguei para a veterinária dele, foi imediatamente examinado e internado. O diagnóstico, um tromboembolismo aórtico, provavelmente ao nível da trifurcação. Temperatura do corpo muito baixa, ausência total de pulso, o prognóstico era reservado. O único tratamento disponível para os gatos é a administração de heparina... e esperar que funcione. No caso do Nonô, infelizmente, não funcionou.

Eu o visitei todos os dias. Rezei muito para São Francisco, santo que adoro, levei uma pouquinho que me restava da água de Lourdes e passei nele, na boquinha dele. Ele engoliu. Levei seu camundongo de brinquedo, que assustou uma veterinária, tão realista que ele é. Ele cheirou o camundongo e pareceu contente. Coloquei um retalho de jeans onde ele costumava se deitar sempre, e que eu deixava em cima da minha mesa de trabalho, em frente à janela. Ele se deitava ali e vigiava a rua, atento a qualquer movimento. Ele deitou a cabecinha no retalho de jeans. No dia seguinte levei uma almofadinha com o cheirinho da Nini, ele não gostou muito, mas acho que reclamou de dor e não do cheiro da irmã. Coloquei ao lado dele, entre ele e a parede fria de azulejos e ele apoiou o corpo. Eu não sabia o que fazer para dar um pouco de conforto ao meu gatinho querido.

No início ele não parecia ter dor, mas com o decorrer dos dias comecei a notar que ele estava agitado ao toque. Estávamos cientes de que, se no 4° dia não houvesse melhora, deveríamos considerar a eutanásia, já que essa doença provoca dores alucinantes. E assim foi o destino do nosso gatinho amado, mimado, adorado. Ao invés de morrer de velhice, na paz do seu lar, no seu lindo jardim, ele teve o triste fim de passar 4 dias paralisado, sob morfina, me vendo uma hora por dia e no fim com dores que nem a morfina conseguia segurar. Imediatamente optamos pelo fim mais humano. Não podíamos tolerar que ele sofresse.

Eu o examinei depois de morto. Suas patinhas já muito edemaciadas, crepitavam. Sinal de necrose. Ele partiu não como queríamos, mas partiu antes do sofrimento maior, disso estou convencida.

Meu Nonô, você foi meu companheirinho de 9 anos. Eu amo você.

Amor à primeira vista

Ele chegou assim, como ele era, trotando, feliz, charmoso... um sedutor! 💖  Deitava-se sob a roseira e me olhava com curiosidade e como se quisesse um carinho. Foi tão fácil amá-lo. Amor à primeira vista, isso existe.

Primeiro achei que era um gato sem dono, apesar de bem cuidado, porque vinha todos os dias e comia com muita vontade mesmo os croquetes baratos que compramos de urgência para  esse gatinho "abandonado". Perguntamos aos vizinhos quem era, ninguém sabia.

Mais tarde descobrimos que nem ele, nem sua seguidora fiel, sua irmã Nini, eram abandonados. Tinham sido trazidos para caçar camundongos numa casa recém comprada, enquanto os donos não se mudavam de vez. Alguém vinha e deixava comida para eles. Soubemos disso muito tempo depois, pelos próprios donos. Seus nomes eram Tun (que em luxemburguês vem de Antoine, Antonio, nome dos meus dois avós paterno e materno) e Tigre (para a Nini, que era uma verdadeira tigrinha bem brava quando bebê).

Já era tarde quando soubemos disso; Nono e Nini se acostumaram com a boa comida, cada vez melhor e mais gostosa, e mais cara também 😄 Passavam o tempo todo conosco. Um ano depois, durante um jantar amigável com nossos vizinhos, eles nos deram o carnê de saúde dos dois gatinhos, que desde então se tornaram oficialmente nossos. Choramos nesse dia, de felicidade.

Nonô, sob a roseira, como eu o vi a primeira vez...